A (RE)SIGNIFICAÇÃO DA SALA DE AULA FRENTE ÀS METODOLOGIAS ATIVAS DE APRENDIZAGEM
Nas últimas décadas ocorreram muitas mudanças na sociedade, e como tal, a escola vive um momento de transformação frente à nova realidade que a sociedade se apresenta e as novas demandas dos educandos.
Atualmente os educandos são globais, vivendo uma vida conectada e imersos em uma quantidade de informações gigantes, que mudam continuamente. Frente a essa realidade, o papel do estudante precisa mais do que nunca estar à frente do processo de ensino-aprendizagem, ocupando o local de protagonismo, e não apenas como espectador dos conteúdos que lhes são apresentados por um professor.
Frente essa perspectiva de entendimento é que as metodologias ativas situam-se como uma importante “ferramenta” para que possuam uma maior interação no próprio processo de construção do conhecimento, passando a ter controle e participação efetiva na sala de aula.
De acordo com Paulo Freire em seu livro “Pedagogia da Autonomia” um dos maiores problemas que sempre esteve presente na educação, paira sobre a situação dos educandos não serem estimulados a pensar de forma autônoma e crítica frente à sociedade a qual elas estão inseridas. Por isso que assumir uma prática pedagógica norteada pelo método ativo, se faz tão urgente na atual sociedade, pois nela o estudante assume uma postura ativa e exercita uma atitude e leitura de mundo crítica, tornando-o um adulto mais preparado e capacitado a lidar com as demandas da nova sociedade, seja ela em ambientes pessoais ou profissionais.
No contexto de sala de aula, é preciso que o docente instigue o desejo de aprender do educando, problematizando a realidade a qual estão inseridos e permitindo que a partir dessa problematização surja uma reflexão crítica. Podemos entender que as metodologias ativas é uma concepção de ensino que favorece processos de ensino-aprendizagem numa perspectiva crítica, autônoma e reflexiva, onde o estudante é corresponsável pelo seu próprio aprendizado
A educadora Amanda Medeiros apresenta em um dos seus artigos desenvolvidos na UNB a seguinte definição sobre o método ativo: “O método envolve a construção de situações de ensino que promovam uma aproximação crítica do aluno com a realidade; a opção por problemas que geram curiosidade e desafio; a disponibilização de recursos para pesquisar problemas e soluções; bem como a identificação de soluções hipotéticas mais adequadas à situação e a aplicação dessas soluções. Além disso, o aluno deve realizar tarefas que requeiram processos mentais complexos, como análise, síntese, dedução e “generalização.”
É importante também ressaltar, que dentro dessa concepção, a antiga aula expositiva, onde os educandos sentam-se tradicionalmente em carteiras individuais e em fileiras sendo proibidos de interagir entre si, é abandonada, pois a interação e a prática social é o ponto de partida para o processo, tornando-o um elemento que permite a mobilização para que o educando construa o seu conhecimento. Ingedore Koch apresenta em seu livro “Argumentação e Linguagem” que o estudante precisa ser capaz de compreender a sua realidade, cabendo ao professor a tarefa de despertar no educando uma atitude crítica frente ao contexto histórico-social em que ele está inserido, fazendo com que ele seja capaz de “ler o mundo”, a princípio, essa leitura de mundo se refere ao seu próprio mundo, mas mais adiante, paulatinamente, a leitura de mundo se expande para todos os mundos possíveis que ele puder conceber.
É possível então concluir, que a prática docente abandonou a concepção de transmissão de conhecimento a uma criança passiva frente o seu próprio processo de ensino-aprendizagem, agora o professor passa a ser um mediador do processo, onde cabe a ele instigar, provocar, problematizar, desafiar e promover condições para que o educando possa construir, refletir, compreender e transformar a sua realidade. Mais do que aprender conteúdos, o educando precisa desenvolver habilidades e competências, e é através dessa ressignificação da sala de aula que isso se faz possível, sendo agora ela um locus de interação, onde o educando terá sua autonomia valorizada e desenvolverá seu protagonismo.
Excelente! Fico muito feliz que minha filha está vivenciando esse processo de aprendizagem.
Deixe seu comentário